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APARTAMENTO VAZIO

Apartamento vazio
Lembrança de um tempo nosso
Das noites amanhecer
Você vivendo visita
Até logo deixar de ser
De momento encontro bom
Alegria sem motivo
De discussão infinita
Com rega vinho ou cerveja
De sair de madrugada
Depois de você voltar
Todos os livros no chão
O pouco espaço casarão
Nada era motivo ou briga
Era tudo diversão
Não sei como esvaziou
Nossa morada de amor
Nosso encontro dimensão

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ESTRANHA CERTEZA

Que estranho ter pai doente Assim de hora pra outra Dar banho, limpar o corpo Dormir cortado no tempo Que logo não faz sentido Ele se perde nos dias E eu perdida nas horas Será que dorme essa noite? Será que foi tudo embora? O pensamento bagunçado Que ama e cospe no prato Arremessa tudo que vê E logo conta outra história Se lembra dos pagamentos Manda e desmanda no vento Vem raiva, espanto e tormento Os outros que não entendem “São burros, que tonta gente!” Transfere a raiva e revida Uma agressão inventada Uma noite mal dormida Que estranho é dar de comer Aquele que briga comigo E ao mesmo tempo é abrigo Um toque, um cafuné Um pedido de desculpas Um beijo e muito carinho Entre trancos e barrancos Ele também já foi ninho Sempre foi rei de si mesmo Viu pouco além do umbigo Mas tem coração generoso Só não fez muito sentido Vocês não sabem do intelecto Que tinha tal indivíduo Não errava uma conta E a explicação sempre pronta A vida é sempre supressa Um dia de cada vez Ele trilhou seu camin

A FUGA

Angústia que se bebe gole a gole. Que dor incrível aprender a ser gente, que sabor amargo tem a realidade humana. Carne sobre ossos, sangue. O tempo não passa e eu continuo aqui sentado nesta estrada árida e quente. Como vim parar aqui? Uma lembrança empoeirada. Saí de casa empurrado pelo medo, conheci meus monstros. Meus fantasmas voltaram todos. Eu que me sentia curado, disposto e feliz, permaneço aqui sentado enquanto tomo fôlego pra continuar a caminhada. A estrada é cada vez mais estreita, a vegetação mudou várias vezes. As árvores agora estão secas. Não existem muitas flores que sobrevivam a este clima. Avistei, a uns quilômetros atrás, um campo de sempre-vivas. Servem para o sustento. Me ponho a imaginar, eu, garoto da cidade, a família que mora na casa de pau-a-pique, de chão batido, ao lado da pequena plantação. Posso ver os retratos coloridos a mão e a vassoura feita de palha. Água, por favor água, estou com sede. O sol continua quente sobre meus ombros, tontura e cansaço mis