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Mostrando postagens de março, 2014

BURACO

Perdi a vontade do som. Perdi a vontade da voz. Perdi motivo e sentido. Eu não encontrei saída. Mas avistei buraco. Virei o coelho branco. Virei Alice. Luiza Mattos Março, 2014

SOBRAS DA NOITE

No tempo um buraco No peito tormento As mesmas horas O mesmo pesar A rua escura e sem som Caindo, migrando e não sendo. Triste brilho do real Feiura que perde o velo Estômago que perde voz Desaba o mal feito Desfeito o feitiço Sobra um troço torto Um rosto sem cor Um vão sem fim Ao cabo de tudo... O resto de mim. Luiza Mattos Março, 2014